domingo, 8 de junho de 2008

Cidadão Kane


Quando Orson Welles, aos 25 anos, fez Cidadão Kane (1941), provavelmente ele sabia que estava fazendo um grande filme, mas ele não tinha idéia que sua obra seria considerada, por várias décadas, como o melhor filme de todos os tempos. E o que Cidadão Kane tem de tão especial, para merecer tanto mérito? Ousadia! Welles não poupou inovações neste grande clássico. O filme conta a história do magnata Charles Foster Kane, dono de uma rede de jornais, rádio, fábricas e uma mina de ouro. Protagonizado pelo próprio Welles, a história é contada de maneira inusitada. Começa com a morte de Kane e posteriormente um pequeno documentário com a sua trajetória, feito por um jornalista, que não muito satisfeito com o resultado, começa a pesquisar, entrevistar pessoas que conviveram com Kane e desvendar sobre a última palavra proferida pelo magnata: “Rosebud”.
A história é narrada de maneira não-linear, assincronica, em flashes-back. Cada pessoa que é entrevistada faz surgir um pedaço do quebra-cabeça que o expectador tem que montar. Nunca o flash-back foi usado desta forma. Orson Welles revolucionou a linguagem cinematográfica com o bom uso da profundidade de campo, geniais movimentos de câmera, enquadramentos de 1º e 2º planos das cenas e jogo de luz e sombras, que dão um toque inovador ao filme. Vale lembrar também da direção de arte esplendorosa. Permitiu Kane envelhecer aos nossos olhos de maneira sutil. A forma como Welles denunciou os desmandos do jornalismo, causou muita polêmica na época, criando um movimento anti-Kane: liderado por William Randolph Hearst, que viu em Cidadão Kane sua biografia.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Saudades


Morreu esta semana, aos 73 anos, o diretor-produtor Sidney Pollack, após uma luta de seis meses contra um câncer. O diretor que também atuava, ganhou o Oscar pelo filme " Entre dois Amores", que tinha como protagonista o ator Robert Redford: seu ator favorito. Mas lembro-me de Pollack, principalmente, pelo filme " Tootsie " (1982), quando Dustin Hoffman personificou um ator que desesperado por um emprego, se transfigura de mulher para disputar um papel feminino. Hoffman como sempre estava brilhante.

domingo, 11 de maio de 2008

O Fantasma da Liberdade

Surpresos! È como ficamos ao assistir o filme “O Fantasma da Liberdade” de Luís Bünuel (1974). E logo percebe-se a peculiaridade daquela estética surrealista. Não é possível acompanhar o filme, sem mudar a maneira de pensar a realidade. É necessário relaxar e por um par de horas, permitir-se à confusão das cenas e dos personagens.
O surrealismo foi um movimento artístico que abrangeu a pintura, a literatura, o cinema e até a política e filosofia, faz parte da vanguarda européia e se caracteriza pelo anti-convecionalismo.Traz a tona as angústias humanas, através de alucinações, loucura e sonhos, distorcendo a realidade. Teve como maiores nomes o escritor francês André Breton, na literatura, e Salvador Dali nas artes plásticas. No cinema o surrealismo pode ser representado pelas películas de Luís Bünel.
Procurar uma garota seqüestrada que estava bem perto de todos: ás vezes não enxergamos quem está do nosso lado. Fotos de lugares turísticos, são vistas como escandalosas e deixa o expectador ansioso para desfrutar daquela censura e posteriormente ri de si mesmo. O sobrinho que apaixona-se pela tia bem mais velha e põe em tensão uma relação incestuosa e fora dos parâmetros aceitáveis. Estas são algumas das situações encontradas no filme de Bünel e apesar de toda mudança e quebra de paradigmas percebe-se que a realidade pode ser ainda mais louca e alucinante que as perspectivas surreais. Mando para vocês a célebre cena em que as pessoas sentam á mesa, ao invés de cadeiras, em vasos sanitários e posteriormente fazem as refeições no banheiro.

domingo, 13 de abril de 2008

Mudança de paradigma


Existem alguns filmes que além de serem considerados excelentes filmes, promovem toda uma mudança nos conceitos da linguagem, tornando-se referências em seus gêneros. Prova disso é "Cidadão Kane", além de modificar a pespectiva de enquadramento e posicionamento da câmera, inovou na maneira assincrônica de contar a narrativa. Mas falaremos de um filme que se tornou um marco no gênero terror: O bebê de Rosemary.
O filme “O bebê de Rosemary”, do diretor Roman Polansky, filmado em 1968, é um grande clássico da sétima arte. Mas, além disso, é considerado o responsável na mudança de paradigma no formato do gênero fílmico de terror.
Roman Polansky é um diretor polonês, já conceituado por seus filmes europeus, recebe a proposta de fazer este filme estadunidense que era a adaptação do romance best-seller de Ira Levin. Á princípio o filme foi pensado nos moldes do cinema de terror praticado na época, porém resolveu-se dá um toque de sutileza a narrativa. A escolha do diretor Roman Polansky foi bem apropriada para este objetivo. O diretor polonês tem a característica de promover sempre a ambigüidade nos seus filmes, além disso trabalha muito bem com aspectos da intextualidade e seus personagens têm toda a tensão psicológica típica das pessoas reais.
O filme “O bebê de Rosemary” tem algumas peculiaridades interessantes. Foi chamado para ajudar na produção do filme o diretor e produtor Willam Castle, especialista na produção de filmes de terror classe B. Também teve a cooperação do integrante da igreja satânica Anton Lavey para dá assessoria ao filme, durante as cenas de rituais. Alguns consideram que esta interferência era para dá mais veracidade , outros acham que era apenas jogo de marketing.
O filme conta a história de um jovem casal que se muda para um apartamento no edifício Dakota: este prédio seria famoso anos depois por se tornar o local onde Jonh Lennon seria asssassinado. O casal que foi interpretado pela atriz Mia Farrow e por Jonh Cassavetes, foi logo recepcionados por um casal de simpáticos vizinhos idosos, mostrando-se sempre muito afetuosos e solidários. A trama começa a se desenrolar quando Rosemary engravida e sua vizinha anciã intensifica os cuidados com a jovem, tornando-se quase obsessivos. Rosemary desconfia que seus vizinhos fazem parte de uma seita satãnista e vê seu marido, um fracassado ator ambicioso, mudar seu comportamento no estabelecimento da relacão com os mesmos.
Começa à partir daí um terror psicológico, principalmente porque as desconfianças de Rosemary ficam na tênue linha entre a verdade dos fatos, ou dos delírios de uma mãe de “primeira viagem”.
O filme apesar de ser de terror, em nenhum momento mostra cenas de violência extrema ou sangraria, característicos dos filmes de terror da época. Também passa a maior parte do tempo no apartamento de Rosemary e tudo é mostrado com os olhos da protagonista, como se seus olhos fossem a própria lente da câmera.

O filme têm um conjunto de fatores que o torna um marco nos filmes da época. O roteiro mantém sempre um suspense em caráter crescente. A atriz Mia Farrow faz uma excelente interpretação, mostrando uma Rosemary fraca, de aparência débil, e muito assustada. A direção consegue imprimir um ritmo fantástico para um filme que se passa a maior parte do tempo num apartamento. A vizinha idosa, interpretada por Ruth Gordon ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
O filme é extremamente denso por mostrar também o amor incondicional materno, superando até o fato de se gerar um anti-cristo. Mexe bastante com o imaginário coletivo, pois o bebê não foi mostrado em nenhum momento.
Este filme foi o precursor de outros clássicos do gênero na década de 70 como “O Exorcista” e a “A Profecia”, além de fazer escola até hoje.


sábado, 29 de março de 2008

Errar é humano! Mas persistir...


A dica para este final de semana é um site que fala só sobre os erros de filmes.o www.falhanossa.com, mostra os rancking de filmes com o maior nº de erros:
1° Jurassik Park-274 erros
2º Titanic-242 erros
3ºMatrix-200 erros
Detalhe você pode contribuir com o site enviando um erro de algum filme. Também mostra as cenas dos fatídicos deslizes. Pegue a pipoca e se delicie com tropeços cinematográficos.

Tropa de Elite 2 ?


O próximo filme do diretor Sérgio Rezende " Salve Geral: o Dia que São Paulo parou", com previsão de estréia para abril de 2009, mostrará a onda de violência que a cidade de São Paulo viveu em maio de 2006, com uma série de ataques a ônibus, agências bancárias, lojas..., atribuídos a facçao criminosa PCC.
Sérgio Rezende já é consagrado por filmes com grandes personagens históricos brasileiros como: Tenório Cavalcanti em " O Homem da Capa Preta", Lamarca, Zuzu Angel, Antônio Conselheiro em " A Guerra de Canudos" e Mauá.Também fez filmes intimistas como " Quase Nada" e " Onde Anda Você" e nesta próxima produção parece que irá mesclar dose de intimismo ao realismo urbano. O filme tem presença confirmada da atriz Andrea Beltrão que fará uma mãe desesperada por vê seu filho ser preso como suspeito de fazer parte dos criminosos. Ele é um presidiário que tem liberação para passar o final de semana com sua mãe- quem não se lembra que este episódio triste, ocorreu no final de semana do dia das mães.
O filme tem orçamento de R$ 7 milhões e começará a ser rodado em maio. É certo que o filme pegará o "bonde" no sucesso de Tropa de Elite, pela semelhança da temática. Resta esperar para ver como Sérgio Rezende conduzirá este drama urbano.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Violência em São Paulo vira filme

O terror vivido na cidade de São Paulo, em 2006, com a onda de violência e vandalismo vai virar filme. O diretor Sérgio Rezende, consagrado por retratar grandes personagens históricos brasileiros,como Lamarca e Antõnio conselheiro, mostrará a violência urbana em "Salve Geral- O Dia em que São Paulo parou" confira!